O plantio
direto – sistema que dispensa o revolvimento do solo e evita erosão com
semeadura direta na palha sob o solo – está em pleno crescimento no Brasil,
garantindo a redução nos custos de produção, especialmente de grãos. O melhor
exemplo vem do Rio Grande do Sul, com 90% de sua área plantada já dentro do
novo sistema. A informação foi dada pelo engenheiro agrônomo Dirceu Gassen, da
Cooperativa de Agricultores de Plantio Direto, durante palestra no Seminário
sobre o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado em 15 abril.
No início da
década de 90, o Rio Grande do Sul tinha apenas 4% de sua fronteira agrícola no
sistema de plantio direto. Além disso, com a inovação, segundo Gassen, a erosão
do solo na região foi reduzida em 96%.
O Seminário,
uma parceria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do
MAPA, mostrou aos participantes o avanço do sistema do plantio direto, que vem
representando melhorias na produtividade e redução nos custos de produção do
agricultor. “Na verdade, estamos presenciando a ascensão da segunda geração de
agricultores brasileiros que nunca usou o arado”, destacou Gassen.
Resultados
concretos – Segundo o agrônomo, o plantio direto, sistema que surgiu no Brasil nos anos 70 e se fortaleceu na década de 90, enfrentou inicialmente a
desconfiança dos produtores. Ao longo desse tempo, no entanto, os ganhos
obtidos pelos agricultores que aderiram à nova técnica foram concretos.
Gassen lembrou
que, com plantio direto, foi possível reduzir os custos de produção com
fertilizantes, combustíveis e herbicidas, evitando a degradação do solo. Os
pioneiros que adotaram o modelo, segundo ele, protegeram o solo e reduziram a
perda de água, evitando a erosão da terra. “Foram os verdadeiros semeadores de
uma nova maneira de cultivar a terra, sem agredi-la e ainda conseguindo ganhos
de produtividade e melhor retorno financeiro”, avaliou.
Para Gassen o
sistema do plantio direto é um processo de aprendizagem que está caminhando bem
no País. Isso apesar das dificuldades inerentes a tudo aquilo que representa o
novo e rompe com hábitos já enraizados. O Brasil possui uma vantagem relativa
em relação aos Estados Unidos, por exemplo. Lá o plantio direto é alternado, um
ano sim, outro não, devido às peculiaridades do clima. Por aqui, disse, o
processo é contínuo. As culturas onde o sistema do plantio direto está mais
presente são as do arroz, milho e soja.
FONTE: CNA