por Mariana Caetano | Fotos Roberto Seba
O brasileiro está acostumado à dobradinha feijão com arroz. Mas um terceiro elemento quer revolucionar o mais típico dos pratos nacionais. Fruto de um trabalho conjunto entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Fundação Triângulo, a soja marrom pretende se utilizar da semelhança com o feijão carioquinha para romper a barreira da rejeição ao consumo da oleaginosa no país. A nova cultivar, denominada BRSMG 800A, foi obtida por melhoramento clássico: ao longo de cinco anos, estudiosos selecionaram variedades que apresentavam grãos marrons e foram aperfeiçoando essas plantas até que adquirissem características agronômicas. O resultado, segundo os pesquisadores, é um alimento com sabor agradável e bom aspecto visual.
Os técnicos promoveram testes de degustação em diversas localidades de Uberaba (MG) e a aceitação do novo produto surpreendeu, já que o conhecido gosto rançoso da soja comum se tornou quase imperceptível. “O que dá o sabor desagradável à soja é uma enzima chamada lipoxigenase, mas o maior teor de amido da nova cultivar ajuda a mascarar essa substância”, afirma Ana Cristina Juhasz, pesquisadora da Epamig. A BRSMG 800A não solta casca, o que facilita o cozimento. Para o preparo, o grão marrom é lavado (não é preciso deixá-lo de molho) e colocado na panela de pressão, estando pronto em cerca de 40 a 50 minutos após a fervura – tempo um pouco maior em relação ao que o feijão leva para ficar no ponto.
A avaliação no campo também foi animadora. A variedade, que começa a ser plantada em outubro para a safra 2011/2012, apresentou rendimento ligeiramente inferior à MG/BR-46 Conquista, cultivar de alto potencial produtivo. A soja marrom alcançou produtividade média de 50,3 sacas por hectare, enquanto a Conquista atingiu 53,1 sacas por hectare. “Entretanto, o ciclo da BRSMG 800A foi uma semana mais precoce, fechando com 120 dias do plantio à colheita, enquanto a Conquista ficou em 132 dias”, compara Vanoli Fronza, pesquisador da Embrapa Soja. Em relação às doenças, a nova cultivar é resistente ao cancro da haste da soja, mas é suscetível aos nematoides formadores de galhas. Ela tem altura semelhante à da Conquista, mas tende a acamar menos.
Desenvolvida inicialmente para o cultivo em Minas Gerais, a BRSMG 800A já chama a atenção de produtores de outras regiões. “Há agricultores do Rio Grande do Sul ao Nordeste interessados no plantio. E já estamos testando a variedade no norte de São Paulo e em Goiás”, conta Fronza. Atualmente, quatro produtores de sementes ligados à Fundação Triângulo investem na soja marrom. E são esses licenciados que, além de multiplicar as sementes, cuidarão de beneficiar e levar o produto às prateleiras, em pacotes de um quilo. Por isso, em um primeiro momento, agricultores interessados na cultivar somente conseguirão plantá-la em associação com essas empresas de sementes, que podem fornecer o material para plantio e, posteriormente, receber de volta o grão para processá-lo.
Para chegar aos consumidores, a nova cultivar conta com a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que sugeriu a criação de uma marca para dar suporte à entrada do produto no mercado. Nasceu, assim, o selo Soja de Minas, que terá a submarca Nutrisoy para identificar o grão marrom.
As similaridades com o feijão não se limitam às características visuais e de sabor: a expectativa é que a soja marrom alcance preço equivalente, em torno de R$ 3 o quilo. Para o produtor, a remuneração vai depender de uma negociação entre o agricultor e o licenciado da Fundação Triângulo. “O custo de produção é o mesmo da soja convencional. Mas o preparo para chegar ao consumidor final é diferente. Não temos um valor fechado ainda, mas acreditamos que o preço pago ao produtor vai remunerá-lo a contento”, afirma Fronza. O novo grão deve chegar ao mercado ainda no segundo semestre deste ano ou, no mais tardar, no início de 2012.
Os técnicos promoveram testes de degustação em diversas localidades de Uberaba (MG) e a aceitação do novo produto surpreendeu, já que o conhecido gosto rançoso da soja comum se tornou quase imperceptível. “O que dá o sabor desagradável à soja é uma enzima chamada lipoxigenase, mas o maior teor de amido da nova cultivar ajuda a mascarar essa substância”, afirma Ana Cristina Juhasz, pesquisadora da Epamig. A BRSMG 800A não solta casca, o que facilita o cozimento. Para o preparo, o grão marrom é lavado (não é preciso deixá-lo de molho) e colocado na panela de pressão, estando pronto em cerca de 40 a 50 minutos após a fervura – tempo um pouco maior em relação ao que o feijão leva para ficar no ponto.
A avaliação no campo também foi animadora. A variedade, que começa a ser plantada em outubro para a safra 2011/2012, apresentou rendimento ligeiramente inferior à MG/BR-46 Conquista, cultivar de alto potencial produtivo. A soja marrom alcançou produtividade média de 50,3 sacas por hectare, enquanto a Conquista atingiu 53,1 sacas por hectare. “Entretanto, o ciclo da BRSMG 800A foi uma semana mais precoce, fechando com 120 dias do plantio à colheita, enquanto a Conquista ficou em 132 dias”, compara Vanoli Fronza, pesquisador da Embrapa Soja. Em relação às doenças, a nova cultivar é resistente ao cancro da haste da soja, mas é suscetível aos nematoides formadores de galhas. Ela tem altura semelhante à da Conquista, mas tende a acamar menos.
Desenvolvida inicialmente para o cultivo em Minas Gerais, a BRSMG 800A já chama a atenção de produtores de outras regiões. “Há agricultores do Rio Grande do Sul ao Nordeste interessados no plantio. E já estamos testando a variedade no norte de São Paulo e em Goiás”, conta Fronza. Atualmente, quatro produtores de sementes ligados à Fundação Triângulo investem na soja marrom. E são esses licenciados que, além de multiplicar as sementes, cuidarão de beneficiar e levar o produto às prateleiras, em pacotes de um quilo. Por isso, em um primeiro momento, agricultores interessados na cultivar somente conseguirão plantá-la em associação com essas empresas de sementes, que podem fornecer o material para plantio e, posteriormente, receber de volta o grão para processá-lo.
Para chegar aos consumidores, a nova cultivar conta com a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que sugeriu a criação de uma marca para dar suporte à entrada do produto no mercado. Nasceu, assim, o selo Soja de Minas, que terá a submarca Nutrisoy para identificar o grão marrom.
As similaridades com o feijão não se limitam às características visuais e de sabor: a expectativa é que a soja marrom alcance preço equivalente, em torno de R$ 3 o quilo. Para o produtor, a remuneração vai depender de uma negociação entre o agricultor e o licenciado da Fundação Triângulo. “O custo de produção é o mesmo da soja convencional. Mas o preparo para chegar ao consumidor final é diferente. Não temos um valor fechado ainda, mas acreditamos que o preço pago ao produtor vai remunerá-lo a contento”, afirma Fronza. O novo grão deve chegar ao mercado ainda no segundo semestre deste ano ou, no mais tardar, no início de 2012.
A inclusão da soja em pratos com o feijão carioquinha também tem como objetivo elevar o valor nutricional da comida. Isso porque a soja é mais rica em proteínas, cálcio, fósforo e ferro se comparada ao feijão. É também considerada um alimento nutracêutico: além de nutritivo, tem propriedades farmacêuticas. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) realizou testes sensoriais para avaliar o desempenho da soja marrom. A pesquisa concluiu que a mistura proporcional de 50% entre a nova soja e o feijão carioquinha pode aumentar em 30% o valor proteico do prato e ainda garantir um sabor agradável. Ao todo, 819 pessoas experimentaram a soja marrom preparada com caldo de feijão em um supermercado de Uberaba (MG). Desse total, 80% disseram que certamente comprariam o produto; 13% informaram que provavelmente comprariam; e 7% disseram que talvez comprassem o produto.
FONTE: Revista Globo Rural Online
FONTE: Revista Globo Rural Online