Com mais de 580 mil km² de extensão territorial Minas Gerais tem agora um mapa dos solos do Estado. O material servirá de base de dados para várias ações de uso e ocupação de solos, sobretudo para empreendimentos agrícolas, planejamento de parques e outras unidades de conservação, projetos de estradas, extensão rural, assentamentos rurais e até mesmo planejamento urbano. O mapa digital foi financiado pela Feam- Fundação Estadual de Meio Ambiente e é de uso público e gratuito e está disponível no site do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (www.dps.ufv.br)
O trabalho inicial de produção dos mapas é fruto de pelo menos dez anos de pesquisas de campo da equipe do CETEC- Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, liderado pelo pesquisador Antonio Francisco Melo Marques. Segundo o professor da UFV, Elpídio Inácio Fernandes Filho, que coordenou a equipe que produziu o mapa digital, algumas regiões de Minas já haviam sido mapeadas e as `cartas de solos`, como são chamados os mapas, estavam em bibliotecas públicas. O projeto, liderado pela UFV, consistiu na compilação dos mapeamentos existentes para cobrir todo o território do Estado de MG. Depois, foram identificadas áreas com cobertura inadequada ou incompleta ou mesmo levantamentos com escala incompatível com a pretendida para o mapa de Minas. Em 2009, pesquisadores dos Departamentos de Solos das Universidades Federais de Viçosa e de Lavras e do Cetec, com o suporte financeiro da FEAM, realizaram o mapeamento das bacias do Rio Doce, Rio Paraíba do Sul e Rio Grande.
Em Viçosa, no LABGEO - Laboratório de Geoprocessamento da UFV, os dados foram digitalizados para a produção do mapa final que pode ser consultado no formato pdf, no site do Departamento de Solos da UFV ou solicitado ao LABGEO em outros formatos digitais disponíveis.
O mapa mostra a distribuição de solos no Estado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Assim, é possível determinar os tipos de solos dominantes de cada região. Com estes dados, engenheiros agrônomos, florestais, ambientais, geógrafos, zootecnistas e outros especialistas podem planejar o que de melhor pode ser feito em cada área ou terreno. Por exemplo: alguns solos são pobres em nutrientes, mas são ideais para lavouras mecanizadas que sofrem grande impacto de máquinas agrícolas porque são mais resistentes em suas propriedades mecânicas. Outros são mais frágeis e mais férteis e recomendados para plantios onde é preciso gastar menos com adubação, como nos assentamentos rurais. O professor Elpídio explica ainda que o Mapa de Solos é para uso de agrônomos, pesquisadores e extensionistas capazes de interpretar as diferentes classes de solos e suas características. “Não é para uso direto do agricultor porque está em linguagem própria do Sistema de Classificação de Solos, mas servirá de referência para otimizar o uso da terra”.
O mapa também poderá ajudar no planejamento de estradas, indicando áreas com maior estabilidade e resistência mecânica, evitando desmoronamentos e erosões causados pelo excesso de peso de carros e caminhões.
Solos contaminados
Junto com o Mapa, a Feam, UFV e Ufla também lançaram os Valores de Referência de Qualidade para Metais Pesados em Solos de Minas Gerais. Segundo o professor Jaime Wilson Melo, coordenador deste projeto, alguns solos têm metais em sua constituição tidos como contaminantes. Para que uma empresa ou município seja multado por contaminação, por exemplo, é preciso conhecer o que havia naquele tipo de solo antes da interferência delas. “Os valores de referência são um parâmetro justo para avaliação de níveis de contaminação”, disse o professor Jaime. Os valores estarão disponíveis no site da FEAM.
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FONTE: Léa Medeiros/UFV