Apesar da
recente escalada dos preços dos grãos, o mundo dificilmente vai passar por uma
nova crise alimentar como a de 2007/2008, afirmou a representação da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na China,
conforme reportagem publicada na última sexta, dia 24, no site do jornal China
Daily. Segundo o assistente da FAO no país, Zhang Zhongjun, a produção global
de grãos deve aumentar 2% em 2012/2013, enquanto que o consumo deve crescer
1,8%. Ele lembra que a crise alimentar de 2007/2008 foi precedida por dois anos
de queda na produção agrícola.
Mesmo assim, a
FAO alerta que há riscos se os países não aplicarem políticas de investimentos
de longo prazo adequados à agricultura. Segundo Zhongjun, apenas o aumento da
produção total de grãos não pode garantir a estabilidade dos preços dos
alimentos. É necessário que haja um equilíbrio no mercado global e uma política
bem coordenada entre os países.
A autoridade
também defende políticas como o estabelecimento de limites nas importações e no
uso de grãos para fins não alimentares, como o milho destinado à produção de
etanol nos Estados Unidos.
No longo
prazo, o representante da FAO avalia que é necessário aumentar investimentos na
agricultura para garantir uma oferta confortável de alimentos.
– Prevê-se que
a população mundial cresça para mais de nove bilhões de pessoas em 2050. Nós
temos terra e água suficientes para alimentar a população enquanto houver
investimentos suficientes para desenvolver a agricultura, especialmente em
áreas pobres da África e da América Latina – comenta Zhang.
Segundo ele, a
maior contribuição que a China faria para o mundo seria conseguir alimentar sua
própria população sem precisar importar grandes quantidades de alimentos num
momento em que os preços globais já estão em alta.
FONTE: Agência Estado