O primeiro
passo para obter um bom rendimento de culturas e pastagens em uma propriedade é
analisar a fertilidade do solo e corrigir as necessidades detectadas na área.
Com o objetivo de aperfeiçoar os conhecimentos de técnicos agrícolas e
agrônomos que fazem a extensão rural a produtores rurais do Assentamento
Itamarati (Ponta Porã, MS), a Embrapa Agropecuária Oeste realizou um curso de
capacitação no local sobre princípios e critérios para avaliação da fertilidade
do solo, com foco em pastagem, soja, milho, girassol e feijão.
"A
Transferência de Tecnologia da Embrapa está preocupada com a capacitação e a
atualização tecnológica dos Agentes da Assistência Técnica e Extensão Rural
(Ater), que são os profissionais que realmente fazem com que a tecnologia chegue
ao produtor", diz o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia (TT) da
Embrapa Agropecuária Oeste, Claudio Lazzarotto.
Nos dias 29 e
30 de agosto, o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
Carlos Hissao Kurihara, com apoio do analista de TT José Mauro Kruker, abordou
diversos temas durante o curso, como as características das três fases do solo
(líquida, gasosa e sólida), os critérios para recomendação de calcário e gesso,
e a importância da matéria orgânica para manutenção das características
químicas e físicas do solo, que, entre outras vantagens, melhora a estrutura do
solo e aumenta a eficiência de aproveitamento de nutrientes, principalmente o
fósforo.
Avaliação da fertilidade
Para obter
amostra detalhada de solo do terreno cultivado, com o objetivo de se conhecer
as necessidades de adubação, no mínimo, devem ser coletadas, de forma
aleatória, 15 amostras simples de solo. A coleta deve ser feita em uma área no
qual o talhão seja homogêneo em termos de vegetação, histórico, topografia,
adubações e espécies cultivadas anteriormente. "Se fizer amostragem sem
esses cuidados, para economizar o trabalho de campo, todo o resultado dali para
frente poderá ser comprometido. Essa é uma economia que não vale a pena",
enfatiza Kurihara.
Mas antes de
se realizar a coleta do solo, é preciso avaliar a forma de plantio. Se for em
área de plantio convencional, a profundidade da coleta será de 0 a 20 cm , já em Sistema Plantio Direto
(SPD) haverá dois substratos diferentes: nas profundidades de 0 a 10 cm e de 10 a 20 cm .
O
extensionista e o produtor também devem ficar atentos à interpretação da
fertilidade do solo, que pode ser feita por meio de tabelas específicas para
cada cultura. Com isso, é possível definir a fertilidade do solo (baixa, média
ou alta) para depois determinar a melhor fórmula de adubo químico e a
respectiva quantidade. "A identificação de doses de N, P e K [nitrogênio,
fósforo e potássio] é fácil, a dificuldade que muitos encontram é definir qual
fórmula de adubo químico existente no mercado é a melhor para aquela
área", diz o pesquisador.
Capacitação continuada
Como resultado
dessa atualização tecnológica, o pesquisador acredita que o agrônomo ou técnico
agrícola que dará assistência para o agricultor do Assentamento, terá mais
segurança em recomendar o adubo certo na quantidade correta. "Se as
condições climáticas permitirem, a expectativa é que a utilização adequadoa
desse adubo propicie um melhor retorno financeiro ao produtor, sem agredir o
meio ambiente", diz Kurihara.
"Estamos
formando agentes multiplicadores. O curso possibilita uniformizar a informação
para que todo produtor rural receba o mesmo nível de conhecimento e possa
colocar a tecnologia em prática da forma recomendada pela pesquisa. Na medida
em que são identificadas outras necessidades de atualização de técnicos e
extensionistas, a Transferência de Tecnologia da Embrapa estará presente",
afirma Lazzarotto.
FONTE: Embrapa Agropecuária Oeste