O integrante da
Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária Marcelo Jostmeier Vallandro
disse, nessa terça, dia 16, que as doenças transmitidas por alimentos são
responsáveis por 1,8 milhão mortes por ano no mundo. No Brasil, estima-se uma
média de 6.320 óbitos anuais em decorrência de alimentos.
Ainda conforme o
especialista, o país gastou, entre 1999 a 2004, R$ 280 milhões com internações
hospitalares devido a problemas decorrentes de alimentos contaminados. Dados do
Ministério da Saúde utilizados por Vallandro mostram que a maioria das
contaminações alimentares decorrem de produtos de origem animal.
De 3.874 casos
com origem conhecidas, analisados entre 1999 e 2004 pelo ministério, 874 foram
causados por ovos crus ou mal cozidos, 666 por alimentos mistos e 450 por
carnes vermelhas. Isso equivale a 51,7% das ocorrências. Diante dessas
evidências, Vallandro explicou que “sem que haja um controle de toda a cadeia
produtiva de alimentos haverá impactos na saúde pública, com certeza”.
Marcelo
Vallandro participa do seminário “Os sistemas de controle dos alimentos de
origem animal: bases para a saúde pública e o agronegócio do Brasil”, que
ocorre na Câmara dos Deputados em Brasília.
Consumidor
quer mais informações nos rótulos de alimentos, relata professora
A professora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Liris Kindlein, que também
participa do seminário na Câmara, explicou que 55% dos consumidores brasileiros
querem mais informações nos rótulos de alimentos, conforme pesquisa de 2007.
– Isso significa
que as pessoas leem os rótulos e querem acesso à informação – afirma. Ainda
conforme Liris Kindlein, os consumidores levam cerca de três minutos a mais
para comprar carne que outros produtos. Na compra de carne demoram, em média,
quatro minutos, contra três para enlatados, por exemplo.
–Por que existem
mais dúvidas na compra de carnes? Por falta de padronização dos produtos –
explica.
Na concepção de
Liris Kindlein, essas pesquisas indicam que o consumidor brasileiro valoriza
embalagem, assim como rótulo e informações que garantam a rastreabilidade do
produto.
– Os dados
mostram ainda que ele está disposto a pagar mais por isso – garante.
FONTE:
Agência Câmara de
Notícias