A Secretaria
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais estuda
alternativas que possibilitem a inclusão de cultivares especiais de soja na
alimentação escolar. Registradas com o selo “Soja de Minas”, as cultivares
BRSMG 790A (Fit soy) e BRSMG 800A (Nutri Soy) foram desenvolvidas pelos
pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e
Embrapa, em parceria com a Fundação Triângulo.
Segundo a
pesquisadora Ana Cristina Juhász, as cultivares são frutos de melhoramento
genético (não são transgênicas), têm sabor suave e agradável e são apropriadas
para alimentação humana.
– Foram
consideradas características com a finalidade de obter um produto com melhor
aceitação pelo consumidor – explica.
As cultivares
foram lançadas há cinco anos, mas ainda não estão no mercado. Para o presidente
do Comitê Gestor Soja de Minas, Jônadan Ma, a ampliação do consumo de soja, no
mercado nacional, esbarra no conceito que as pessoas têm de que seu sabor é
ruim, trazendo como consequência uma baixa procura voluntária para o consumo do
produto. A maior parte da soja produzida no país é comercializada como
commodity para a produção de óleo.
– Nosso
objetivo, ao buscar parceria com as escolas públicas, é apresentar aos alunos
esta soja diferenciada, com alto valor nutricional agregado, melhorando o
cardápio, reduzindo os custos da alimentação escolar, além de formar novos
hábitos e quebrar preconceitos em relação à soja – explica.
A aquisição de
produtos para a alimentação escolar é regulamentada pela lei federal Nº 11.947,
de 2009, que estabelece que 30% dos recursos repassados pelo governo federal
para a alimentação escolar devem ser utilizados para aquisição de gêneros
alimentícios produzidos no âmbito da agricultura familiar.
Para
atender a este pré-requisito, a Seapa, em parceria com a Emater-MG, vai
identificar e selecionar alguns municípios para a introdução do cultivo das
novas cultivares de soja junto aos produtores familiares, visando contemplar
este novo mercado que, somente na rede estadual, abrange 3,9 mil escolas
públicas e cerca de 2,5 milhões de estudantes.
Outra ideia
que será estudada é a implantação, nas escolas, de ‘vacas mecânicas’, equipamento
que permite a extração do leite de soja, a partir do esmagamento do grão, de
modo prático e a baixo custo. A Seapa, em parceria com a Epamig, vai organizar
uma sessão de degustação com pratos preparados com as variedades de soja para
técnicos, especialistas, educadores e nutricionistas, para mostrar as várias
possibilidades de preparo.
– A Fit Soy,
variedade de casca amarela, é indicada para uso na forma de saladas ou
processada (farinha, extrato, tofu, sucos, maioneses, patês). A Nutri soy tem
cor marrom e pode ser misturada ao feijão carioquinha em partes iguais ou
preparada sozinha, como tropeiro – enumera a pesquisadora da Epamig, Ana
Cristina Juhász.
FONTE: Governo de Minas
Gerais