Animados
com os lucros da última safra, agricultores investem para aumentar a produção.
O bom momento no campo aqueceu as vendas de fertilizantes e de máquinas
agrícolas.
Em
todo o país, serão mais de 50 milhões de hectares plantados, aumento de quase
3% em relação a 2011. Se o tempo ajudar, a produção pode chegar a 182 milhões
de toneladas, 7% mais do que na última safra.
“Nós
estamos animados. Deus ajude que o clima corra bem, com boa produtividade e
esse preço mantenha”, torçe o agricultor Antonio Perruci.
Tanto
otimismo é resultado de uma combinação rara em 2012: boa colheita e preços
recordes. A saca de soja, que nos últimos anos vinha sendo vendida no mercado
nacional pelo preço médio de R$ 50, chegou a R$ 77, efeito do clima que
devastou lavouras nos Estados Unidos e Argentina, grandes produtores mundiais.
“A
perspectiva é de que essa remuneração continue boa para os próximos meses,
inclusive para a próxima safra”, diz o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra.
Na
dúvida, já tem agricultor vendendo agora o que só vai ser colhido no começo de
2013. “Torcer que os preços continuem firmes para a gente vender o restante bem
também”, comenta o agricultor Hélio Fonseca.
Com
mais dinheiro no bolso, os produtores investem na lavoura. O uso de
fertilizantes deve ser recorde este ano, mais de 30 milhões de toneladas. Uma
alta de quase 5% em relação à safra passada. A venda de colheitadeiras também
aumentou, 11% na comparação com 2011. Ao todo, 65 mil máquinas devem ser
vendidas até dezembro. “Esse ano é um ano que está vendendo sim de tudo o ano
todo”, diz um homem.
Com
tanta procura, quase não há máquinas para pronta entrega. Quem comprar hoje uma
plantadeira, por exemplo, só vai receber em dois meses. Para tratores e
colheitadeiras, dependendo do modelo, a espera é ainda maior, três meses para levar
o transporte para o campo. O produtor de soja José Antonio Sapata vai receber
agora as três máquinas que encomendou em julho. Um investimento de R$ 1 milhão.
“A
perspectiva é que os próximos três anos ainda vão ser bons de preço. Então a
gente está acreditando nisso”, prevê.
FONTE:
Região Noroeste