* Daniela Castro e João Henrique Bosco
Uma pesquisa
feita em parceria pela Embrapa Recursos Genéticos e a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) busca desenvolver variedades geneticamente modificadas de
cana-de-açúcar, soja, milho, arroz e trigo resistentes à seca. Para isso,
plantas comerciais estão recebendo um gene com a característica de tolerância à
falta de água. A expectativa é de que a tecnologia esteja disponível para os
produtores rurais em cinco anos.
— Nós começamos
o projeto em 2007 e de lá pra cá a gente executou várias etapas. Primeiro
identificamos o gene, depois isolamos e introduzimos esse gene em uma planta
modelo que ficou mais tolerante a um período de até 40 dias sem água. As
plantas que não receberam o gene morreram com 15 dias — explica o pesquisador
da Embrapa, Eduardo Romano.
Com o bom
resultado obtido com o café arábica, as pesquisas agora estão sendo feitas em
cultivos comerciais. O gene do café arábica com a característica de resistência
à seca foi transferido para plantas de algodão e soja.
Para o
presidente do Sindicato Rural do Distrito Federal, Luiz Vicente Ghesti, a
tecnologia atende a uma das principais demandas do setor agrícola.
— A seca tem
sido o mais decisivo fator que compromete a produção. Para se ter uma ideia,
por exemplo, na região Sul, Rio Grande do Sul, principalmente, de cada 10
safras, sete são comprometidas pela estiagem — afirma.
— Hoje, 70% da
água doce do mundo é utilizada na agricultura para irrigação. A gente vai
precisar aumentar a produção agrícola para alimentar uma população crescente.
Isso gera um paradoxo, ou seja, precisaria de mais água para a agricultura,
então, temos que gerar tecnologias que reduzam a quantidade de água para ter
uma agricultura sustentável — comenta Romano.
FONTE:
Rural BR- Agricultura