Com a
reeleição do presidente Barack Obama nos Estados Unidos, os principais setores
de exportações agrícolas brasileiros acreditam em aumento do comércio com o
país e facilidades nas negociações internacionais. O democrata venceu a eleição
com 50,3% dos votos, contra 48,1% do candidato do Partido Republicano Mitt
Romney.
— A vitória do
presidente Obama tem um significado especial no campo da política
internacional. No momento de crise global é interessante ter um presidente ou
um líder nos Estados Unidos que seja mais favorável para as expectativas dos
agentes no nível global e o presidente Obama consegue isso — afirma o analista
de mercado André Perfeito.
Mesmo com a
reeleição do presidente, nos Estados Unidos o que realmente influencia em
relação a contratos de compras internacionais é a maioria no Congresso e no
Senado. O resultado das urnas apontou maioria republicana no Congresso e
vitória do Partido Democrata no Senado. Essa situação garante ao Brasil,
historicamente, uma maior facilidade nas negociações.
— Teoricamente
quanto mais republicano for o Congresso menos problema comercial você enfrenta.
Embora o Senado siga democrata, a Câmara tem um perfil mais liberal. Para suco
de laranja, a gente continua tendo problemas com os produtores norte-americanos,
que acusam os exportadores brasileiros de uma série de irregularidades. O que o
Congresso pode nos ajudar é na hora que a gente precisa se defender e na hora
que a gente precisa avaliar, aí a gente tem mais tolerância — explica o
presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos
(CitrusBR), Christian Lohbauer.
Além da
citricultura, outro setor que acredita que a vitória de Barack Obama deve ser
positiva para as negociações de produtos brasileiros é a cafeicultura.
— Eu acredito
que a reeleição do Obama nas eleições dos Estados Unidos deve manter a economia
em processo de recuperação. Isso é bom para o consumo do café. Os hábitos do
consumo do café mudaram nos Estados Unidos desde a crise de 2008 e com a
economia retomando seu processo de crescimento isso pode contribuir para um
maior consumo do café. Os Estados Unidos dependem cada vez mais do café
brasileiro, tanto em quantidade quanto em qualidade — diz o presidente do
Sindicafé e diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café
(Abic), Nathan Herszkowicz.
FONTE: Canal Rural