Os preços do
café arábica devem cair mais em 2013 devido à previsão de colheita ampla no
Brasil, mesmo no ciclo de menor produção, informou o banco Macquaire em
relatório divulgado na terça, dia 20.
A abundância
de café no mercado global pesou sobre as cotações nas últimas semanas, e,
segundo o banco, há muitas razões para acreditar que a perspectiva negativa
possa se estender até o ano que vem.
Maior
investimento em novas mudas, expansão de área, podas, administração cuidadosa e
aplicação de fertilizantes nos últimos três anos estão alimentando expectativas
de uma safra grande de café brasileiro. Assim, de acordo com a instituição, os
futuros podem voltar para seu intervalo histórico de negociação entre 130 cents
e 150 cents por libra-peso.
O maior banco
de investimento da Austrália disse que, originalmente, previa que os preços do
arábica se recuperariam um pouco no início do próximo ano, pois o mercado
estava preparado para um ciclo de baixa produção no Brasil em 2013. Porém, a
situação mudou e, ao mesmo tempo, grande parte da demanda foi perdida para a
variedade robusta.
O Macquarie
lembrou ainda que as torrefadoras de café mantiveram suas margens durante o
período de enfraquecimento da economia em mercados maduros reduzindo o volume
de variedade arábica e aumentando o de robusta, mais barato, em seus blends. O
banco informou que a demanda por arábica subiu menos de 400 milhões de sacas em
2011/2012, bem abaixo do normal. A instituição, no entanto, não prevê
necessariamente que haverá redução de procura pelo arábica devido ao prêmio
menor para essa variedade.
O mercado
também avalia como sinais baixistas o pequeno volume de vendas da safra
2012/2013 e a consequente ameaça de vendas maiores do Brasil no futuro. Mais de
60% do produto brasileiro recém-colhido ainda não foi vendido, acrescentou o
banco, pois a maior parte dos cafeicultores aguardam preços melhores.
Segundo a
instituição, as cooperativas de produtores brasileiros não veem problemas em
estocar seu café e vender depois, pois a capacidade de armazenamento e
financiamento ainda não representam um problema. Ao mesmo tempo, o real ainda
não está tão desfavorável neste período do ano, então os produtores estão
relativamente bem em termos financeiros. As informações são da Dow Jones.
FONTE: Estadão Conteúdo