Responsável
por paralisações recentes, o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro
(Mubc), Nélio Botelho, avisou na terça, dia 8, que a categoria não planeja
greve devido ao início da fiscalização da Lei do Motorista. Para Botelho, o
"problema é do governo", a quem cabe recorrer da decisão da Justiça
do Trabalho que mandou aplicar a nova legislação imediatamente.
Em julho, o
Mubc bloqueou rodovias em protesto contra a lei que define jornada de trabalho
e períodos de repouso de caminhoneiros. Como considera a lei impraticável,
porque as estradas brasileiras não dispõem de locais de descanso suficientes, o
movimento se insurgiu, conseguindo que a fiscalização fosse adiada por seis
meses – começaria em
março. Liminar da Justiça do Trabalho, concedida em 19 de
dezembro, suspendeu o adiamento da Lei do Motorista. Botelho espera que a
Advocacia-Geral da União (AGU) casse a liminar, evitando o início da
fiscalização. A AGU aguarda notificação para se manifestar.
– É uma
liminar absurda. E o problema maior é para a economia do país, pois não há
condições de a lei ser cumprida – destaca Botelho.
O sindicalista
se refere aos custos gerados pela lei. Como as viagens ficaram mais demoradas,
devido ao descanso obrigatório, as transportadoras aumentaram os fretes no Rio
Grande do Sul entre 14,98% e 29%. A elevação deverá ser repassada ao
consumidor, especialmente nos produtos que vêm de longe, como carnes e massas.
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina (Fecam) está apreensiva. O presidente da entidade, Eder Dal'Lago,
também reclama que a estrutura das rodovias é precária.
– Lei não se
discute, se cumpre. Mas até quando vamos suportar se a polícia começar a
multar? – alerta.
FONTE: Zero Hora