Luiz
Patroni
Luís
Eduardo Magalhães-BA
No oeste da
Bahia, os impactos provocados pela seca nas lavouras de soja estão causando
quebra de produtividade, aumento do custo de produção e perda de rentabilidade.
Mas alguns agricultores driblaram a estiagem com o uso de pivôs de irrigação. O
equipamento é apontado como uma boa alternativa para quem quer minimizar os
riscos de perdas decorrentes da falta de chuvas.
Há quase três
décadas, o produtor Odacil Ranzi trocou o Rio Grande do Sul pelo oeste baiano.
Alguns anos depois, já estava plantando soja, atividade que até hoje é a
principal fonte de renda do produtor. As lavouras do grão ocupam 5,7 mil
hectares, divididos em várias fazendas. Em uma delas, seis pivôs de irrigação
garantem o desenvolvimento das plantas, mesmo em épocas de seca.
Os
equipamentos atendem 600
hectares . A diferença entre as plantas é nítida. As
irrigadas, semeadas no início de outubro, estão carregadas. A quantidade de
vagens impressiona. Já na lavoura ao lado, cultivada em novembro, o
desenvolvimento é bom, mas o potencial produtivo não deve ser tão grande. Para
alcançar produtividades elevadas, os pivôs precisam ser ligados várias vezes
por semana durante os períodos mais secos. A decisão de quando acionar as
bombas é responsabilidade do coordenador técnico da fazenda Maurício Francisco, que avalia diariamente a
umidade do solo.
O custo
aproximado de implantação de cada pivô gira em torno de R$ 1,2 milhão. Pelas
contas de Ranzi, o investimento total pode ser diluído em seis ou sete safras.
Depois, as despesas se resumem à manutenção e ao consumo de energia. Um custo
que, dependendo do ano, pode ser considerado mínimo, diante dos benefícios
gerados pela estrutura.
No ano
passado, os pivôs praticamente salvaram a safra de soja na fazenda. A estiagem
prolongada, durante a fase final do ciclo, derrubou a produtividade das áreas
de sequeiro. O rendimento médio foi de apenas 38 sacas por hectare, quatro a
menos que o custo estimado de produção. Já nas áreas irrigadas, a história foi
diferente. O agricultor conseguiu colher 82 sacas por hectare, garantindo a
rentabilidade do negócio.
Além da maior
produtividade, a irrigação tem outra grande vantagem, permite o plantio de duas
a três safras anuais. Algo que em condições normais é praticamente impossível
no oeste baiano, onde geralmente os agricultores fazem apenas uma safra por ano
em função da estiagem rigorosa durante o inverno.
De acordo com
a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, no oeste do Estado existem
982 pivôs instalados em lavouras de café e de soja.
FONTE: Canal Rural