Duas novas
linhagens de soja preta estão em fase de experimento através do Programa de
Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana desenvolvido pela
Embrapa, juntamente com a Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (EPAMIG) e a
Fundação Triângulo.
O Programa tem
como objetivo desenvolver cultivares de sojas especiais para alimentação
humana. Através de cruzamentos genéticos, as pesquisas buscam uma soja com
sabor mais suave, semente de maior tamanho e elevado teor de proteína. "No
ano passado a gente tinha 25 linhagens em teste. Esse ano temos
somente duas. Na etapa final vamos decidir qual das duas ou se as duas vão ser
a nova cultivar", diz a pesquisadora da EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba
Ana Cristina Juhász.
Essas duas
linhagens de soja preta, que são pesquisadas há mais de dez anos, estão em fase
de teste em cinco propriedades na região do Triângulo Mineiro. De acordo com a
pesquisadora, nos próximos dois anos essa nova cultivar receberá uma
nomenclatura e ainda passará por testes sensoriais e análise mercadológica. A
previsão de disponibilidade do produto no mercado é de quatro anos.
Segundo Ana
Cristina a soja preta poderá atender vários estados brasileiros. “Os cariocas
já consomem tradicionalmente o feijão preto, portanto, pode-se pensar na
possibilidade de incluir também a soja preta no prato do carioca”, sugere. A
pesquisadora explica que a soja preta possui além das outras propriedades da
soja, a antocianina, um antioxidade natural, que pode reduzir os efeitos dos
radicais livres e retardar o envelhecimento.
Soja de Minas
Registradas
com o selo "Soja de Minas", as cultivares BRSMG 790A (Fit soy
–amarela) e BRSMG 800A (Nutri Soy - marrom) foram desenvolvidas pelos
pesquisadores da Embrapa, EPAMIG em parceria com a Fundação Triângulo.
Em novembro de
2012 foi realizada sessão de degustação pela Secretaria de Agricultura Pecuária
e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) para técnicos, especialistas,
educadores e nutricionistas, com o objetivo de introduzir a soja na alimentação
escolar. Foram mostradas as várias possibilidades de preparo do produto, como:
salada e tropeiro preparados com o grão, soja cozida com o feijão carioquinha,
além do extrato de soja (suco) com maracujá. Somente na rede estadual, o público
abrange 3.900 escolas públicas e cerca de 2,5 milhões de estudantes.
Essas
cultivares foram beneficiadas, embaladas e já estão sendo comercializadas em
supermercados em
Uberaba. Degustação da soja marrom, preparada com feijão, e
da amarela, preparada como salada, foram realizadas em diversos eventos no
município de Uberaba e região, com o objetivo de verificar a aceitação do
produto no mercado local. A pesquisadora da EPAMIG ofereceu a receita a 4.371
pessoas, 96% aprovaram o sabor e 94% que provaram, garantiram que comprariam os
produtos. Essa nova soja preta seria o terceiro produto registrado “Soja de
Minas”.
Segundo Ana
Cristina Juhász esses produtos inovadores podem ser utilizados diretamente na
dieta, em forma de saladas (soja amarela) ou pratos como a soja tropeira, feita
com a soja marrom. Também podem ser utilizadas em produtos processados como
sucos, cremes, patês, dentre outros. A sojoada também é uma das sugestões de
uso da soja preta será o preparo da feijoada. Receita tradicional presente no
prato dos mineiros, cariocas e nordestinos.
FONTE: EPAMIG