Kamila
Pitombeira
Um substrato
probiótico capaz de alimentar os microorganismos do rumem bovino é capaz de
melhorar a produtividade de uma lavoura de cana-de-açúcar, por exemplo, em até
18%. A ideia é misturar o produto, chamado Microgeo, com água e esterco. A
partir daí, o produtor dá início à adubação biológica que pode ainda ser
adotada na agricultura orgânica. A mistura e fermentação de Microgeo com água e
esterco ou conteúdo ruminal bovino origina um adubo biológico que pode ser
utilizado na adubação biológica do solo e foliar em todas as culturas e
pastagens, apresentando uma relação custo x benefício que pode ser atrativa
para o produtor rural. Segundo Paulo Antonio Dandrea, engenheiro agrônomo da
Microgeo, esse trabalho traz a possibilidade do agricultor resgatar uma tecnologia
muito utilizada no passado.
— Basicamente,
o agricultor implanta um tanque dentro da propriedade, a chamada biofábrica,
onde 15% do volume desse tanque é cheio com esterco bovino. Com isso, ele usa a
atividade biológica da própria região, considerando que o rúmen do boi tem uma
diversidade de microorganismos muito grande — afirma o engenheiro.
A ideia é
encher esse tanque com água e Microgeo, um substrato probiótico que alimenta os
micro-organismos do rumem bovino em Compostagem Líquida
Contínua (CLC), produzindo assim o adubo biológico.
— Esse adubo,
aplicado no solo, reconstitui a flora biológica como se fosse de uma mata
nativa, permitindo que o solo fique mais estruturado e que a planta sofra menos
estresse hídrico — explica.
Dandrea diz
ainda que a aplicação dessa tecnologia consegue minimizar o custo de produção,
ao mesmo tempo em que aumenta produtividade. O custo de produção é reduzido a
partir da análise de solo, por exemplo.
— O agricultor
nos envia uma análise de solo que identifica os estoques do que ele tem e que
acaba não utilizando. Com a adubação biológica, ele abaixa o custo de produção
antes de comprar o fertilizante, barateando o processo — garante o
entrevistado.
Ainda de
acordo com ele, os produtores que trabalham com grãos, por exemplo, investem
cerca de R$60 por hectare com a tecnologia. Para ele, é um custo pequeno
levando em consideração todas as interfaces que serão beneficiadas com esse
tipo de adubação.
— Buscamos
também a produtividade. No norte do Paraná, por exemplo, a Syngenta promove a
divulgação do produtor campeão de produtividade. Pelo segundo ano consecutivo,
o campeão de produtividade de milho na região usou a tecnologia de adubação
biológica. Já na cana-de-açúcar, por exemplo, temos visto 18% de ganho de
produtividade — conta Dandrea.
FONTE: Portal Dia de Campo