Os
pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
descobriram que a lagarta que vem atacando lavouras de algodão, milho e soja em
diversas regiões, em especial no oeste da Bahia, não é da espécie
"zea", e sim a "helicoverpa armigera", que ainda não havia
sido identificada no Brasil. Os produtores baianos estimam que os prejuízos por
menor produtividade e gastos no controle da praga somem R$ 1 bilhão.
O presidente
da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, durante reunião nesta sexta, dia 22, no
gabinete do ministro Antônio Andrade, da Agricultura, afirmou que, como se
trata de uma praga nova, a "helicoverpa armigera", será enquadrada na
classificação de quarentenária A1. A classificação enquadra as pragas exóticas,
não presentes no País, que podem causar importantes danos econômicos. A
hipótese mais provável apontada pela Embrapa é que a lagarta ingressou no
Brasil por meio de importação de flores e outros materiais de propagação
vegetativa.
Segundo a
Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na reunião desta
sexta o ministro Antônio Andrade garantiu que, a partir da classificação da
praga, o governo vai liberar, em caráter emergencial, a importação e o uso de
inseticidas à base do princípio ativo benzoato ememectina, reconhecidamente
eficaz no combate à lagarta e utilizados em países como Austrália, Estados
Unidos e Japão, bem como em toda a União Europeia e na África. Gilson Pinesso,
presidente da Abrapa, observa que a liberação dos inseticidas vai auxiliar o
produtor, mas é preciso precaução com a safra 2013/2014.
— Usar o
produto agora vai ajudar o produtor a terminar a safra com mais segurança, mas
é preciso pensar na liberação dele para o início da próxima, para não corrermos
o risco de enfrentar tudo novamente — disse, acrescentando que o ministro
Antônio Andrade prometeu que a portaria será publicada na segunda, dia 25.
FONTE: Estadão Conteúdo