Juliana Caldas
Embrapa Cerrados
“Não existe
razão para o uso de adubos nitrogenados minerais em nenhum estágio do cultivo
da soja em solos do Cerrado”. É o que afirma a pesquisadora da Embrapa
Cerrados, Ieda Mendes, especialista em microbiologia do solo. Segundo ela, a
necessidade ou não da utilização desse insumo para elevar a produtividade das
lavouras é assunto recorrente no dia a dia de quem planta e inocula soja.
“Os produtores
devem ficar atentos. De acordo com nossos estudos, ao se considerar os custos
do adubo nitrogenado (sulfato de amônio) e o preço da saca de soja, essa
prática não se mostra economicamente viável”.
Segundo a
pesquisadora, foram conduzidos, de forma sistematizada, 15 experimentos na
Embrapa Cerrados para avaliar as informações sobre o uso de adubação
nitrogenada suplementar tardia na cultura da soja. Os resultados obtidos, no
entanto, demonstraram a inviabilidade econômica dessa prática e reforçaram
ainda mais os benefícios que resultam da substituição dos fertilizantes
nitrogenados pela inoculação das sementes com bactérias fixadoras de
nitrogênio.
“A Fixação
Biológica de Nitrogênio é suficiente para propiciar o nutriente em quantidade
adequada para o pleno desenvolvimento e produção da cultura”, destaca.
A tecnologia – a Fixação Biológica de
Nitrogênio (FBN) consiste na conversão (por meio de bactérias, denominadas
rizóbios) do nitrogênio presente na atmosfera em formas que possam ser
utilizadas pelas plantas. No Brasil, por conta do processo de inoculação da
soja, ou seja, da adição de rizóbios às sementes no momento da semeadura, não é
necessário utilizar adubos nitrogenados nas lavouras. Isso representa uma
economia anual para o país de cerca de R$ 20 bilhões. Os benefícios da
inoculação não se restringem aos aspectos econômicos.
“Ao substituir
o uso de adubos nitrogenados na cultura da soja, a fixação biológica de
nitrogênio influencia de forma positiva a qualidade do solo por evitar
problemas relacionados à poluição”, explica a pesquisadora.
FONTE: Grupo Cultivar