Leticia
Luvison
Brasília-DF
Representantes
da cadeia produtiva do café e do governo federal se reuniram nesta quinta, dia
28, em Brasília. Na
pauta, discussões como a revogação da Instrução Normativa 16, que estabelecia
um regulamento técnico para a qualidade do grão. Para se enquadrar à regra, a
indústria deveria produzir café com menos de 1% de impurezas e com 5% de
umidade, no máximo. A fiscalização ficaria a cargo do governo federal, mas a
avaliação sensorial do produto era questionada pelo setor. Sem um consenso, a
medida foi revogada e novas normas já estão em estudo.
— Tem alguns
pontos favoráveis, mas outros desfavoráveis para o consumidor. Tira do
consumidor o direito de escolher o produto que deseja comprar. A melhor forma
de nós corrigirmos é a retirada dessa IN 16, revogação, depois produzir alguma
norma que proteja o consumidor — explica o presidente do Conselho Gestor da
Associação Brasileira da Indústria do Café, Takamitsu Sato.
— Nós tínhamos
acertado que na sensorial seria suspensa, mas umidade, qualidade, origem, isso
sim seria mantido. Portanto, foi uma surpresa muito grande pra nós e dentro de
90 dias vamos apresentar uma nova proposta para resolver definitivamente a
qualidade do café consumido no mercado brasileiro — diz o presidente do
Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro.
Não há prazo para que novas regras sejam
estabelecidas.
— O Ministério
está aberto a discutir o assunto, então, aqueles que tenham entendido que a
medida não tenha sido adequada, nós vamos fazer uma discussão e junto com o
setor construir a solução — afirma o secretário executivo do Ministério da
Agricultura, José Carlos Vaz.
A preocupação com a queda dos preços também
foi tema do encontro.
— Vamos focar a questão
conjuntural, mas também atacar a estrutural, porque não adianta a gente superar
esta febre deste ano e voltarmos a ter problemas daqui duas ou três safras.
Pedi às lideranças que transmitam aos produtores a certeza de que o governo vai
adotar todas as medidas suficientes para minorar essa situação que está se
passando agora — diz Vaz.
FONTE: Canal Rural