O anúncio
formal publicado no Diário Oficial da União de hoje, determinando a volta da
mistura de 25% de etanol na gasolina a partir de zero hora de 1º de maio de
2013, traz tranquilidade para o setor sucroenergético nacional. O motivo,
segundo a presidente executiva da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA),
Elizabeth Farina, é a condição que as empresas ganham para planejar sua
produção e comercialização ao longo da próxima safra.
“Sem a decisão
formal do governo, os produtores estavam em situação confusa frente a uma
decisão que não se concretizava, já que existem diversos tipos de demanda para
o etanol a ser produzido na próxima safra, que começa em abril. Agora fica
mais fácil planejar e garantir o fornecimento e a tranquilidade para o mercado
doméstico”, diz Farina.
O anúncio
permite que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
defina os níveis de contratação de etanol anidro pelas distribuidoras junto às
empresas produtoras. Assim, ficam garantidos os volumes de estoque de etanol
anidro (o tipo que é misturado à gasolina) para manter estável a oferta durante
a entressafra 2013/2014, que ocorre entre dezembro deste ano e março de 2014.
É nesta época
que os contratos de compra de etanol anidro pelas distribuidoras precisam ser
apresentados à ANP, o que vai permitir que o volume de etanol a ser contratado
seja conhecido. Isto também definirá estoques que produtores e distribuidoras
deverão manter para garantir o abastecimento na próxima entressafra.
Farina lembra
que a saúde pública e a qualidade do ar estão entre os principais beneficiados
da volta da mistura ao patamar de 25%: “O maior teor de etanol na gasolina
reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa e das mudanças
climáticas, o que significa ar mais limpo e menos internações devido a doenças
respiratórias e cardiovasculares, especialmente nas grandes metrópoles”.
Outro ganho
importante com a decisão do governo afeta diretamente a logística de
distribuição de gasolina, já que a demanda aquecida por gasolina vem obrigando
a Petrobras a importar volumes cada vez mais elevados do produto. Com isso, a distribuição
perde eficiência, pois precisa ser realizada com caminhões a partir de portos
com infraestrutura deficiente ao invés de terminais e dutos. “A distribuição
dessa forma gera atrasos, eleva custos e aumenta o risco de falta do produto,
especialmente em regiões mais distantes. Além disso, volumes elevados de
gasolina importada prejudicam a balança comercial do País,” explica o diretor
Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues.
A volta da
mistura aos 25% restaura o nível de etanol na gasolina que vigorava até
setembro de 2011, quando o governo determinou a redução para 20%. A volta para
os 25% havia sido antecipada em entrevistas concedidas pelo Ministro das Minas
e Energia, Edison Lobão, após reunião com um grupo de empresários no final de
janeiro.
Farina
ressalta que não há qualquer dificuldade para atender o aumento na mistura,
pois a expectativa do setor é de uma safra maior em 2013/2014: “Os números
estão sendo recolhidos junto às empresas e entidades de outros estados
produtores e serão compilados para um anúncio completo em abril, logo no início
da nova safra. É sempre nesse momento que a UNICA anuncia sua projeção para a
nova safra, com números de produção de cana, etanol anidro, hidratado e açúcar.
Em breve, anunciaremos a data dessa entrevista coletiva”.
A volta da
mistura de 25% atende a uma recomendação do Conselho Interministerial do Açúcar
e do Álcool (CIMA), que em resolução publicada hoje no Diário Oficial da União,
destaca que a medida considerou a necessidade de “assegurar o abastecimento
adequado de combustíveis em todo o território brasileiro”.
FONTE: Grupo Cultivar