A conservação
do solo será fator determinante para o Brasil consolidar sua posição como um
dos maiores produtores de alimentos do mundo. A afirmação é do 1º
vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João
Martins da Silva Júnior, que participou da cerimônia de abertura do Seminário
sobre o Dia de Conservação do Solo, na sede da entidade, em Brasília. O evento é
uma parceria da CNA com o Mapa, em comemoração ao Dia Nacional da Conservação
do Solo, celebrado em 15 de abril. “O solo é o grande patrimônio do produtor e
ele tem plena consciência de que a terra é um bem esgotável se não for tratada
corretamente”, enfatizou o vice-presidente.
Martins lembrou
as várias técnicas utilizadas nas propriedades rurais para permitir a
conservação do solo e a conciliação entre produção e preservação do meio
ambiente, como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta e a
recuperação de áreas degradadas. Destacou, ainda, o Projeto Biomas, iniciativa
desenvolvida pela CNA, em parceria com a Embrapa, que visa, entre outros
objetivos, fornecer ao produtor rural as tecnologias necessárias para que ele
produza sem comprometer a conservação do solo, da água e da biodiversidade nos
seis biomas brasileiros (Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia, Pantanal
e Pampa). Falou, ainda, sobre o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do
Governo federal, que dispõe de uma série de ações para difundir os métodos relacionados
à baixa emissão de carbono na atividade rural. Entre as etapas no Plano ABC,
estão a capacitação de produtores rurais e técnicos, além da disponibilização
de linhas de crédito para financiar as técnicas de produção sustentável nas
fazendas “É uma realidade que devemos abraçar”, afirmou o vice-presidente da
CNA.
Segundo
o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do MAPA, Caio
Tibério Dornelles da Costa, que representou o ministro da Agricultura, Antônio
Andrade, na abertura do evento, já foram aplicados na safra 2012/2013 R$ 2
bilhões em recursos do Programa ABC, que é uma das várias vertentes do Plano
ABC e consiste na oferta de recursos para o financiamento destas práticas de
baixa emissão de carbono.
O
representante do MAPA também abordou o trabalho realizado pela Embrapa voltado
para tecnologia e pesquisa. De acordo com o secretário, graças ao uso destes
instrumentos a produção de grãos cresceu 114%, nos últimos 18 anos, enquanto a
área plantada, no mesmo período, aumentou em proporção bem menor, 27%,
mostrando a preocupação em evitar prejuízos ao meio ambiente e aumento de
produtividade. “Isso representa o uso de tecnologia e inovação, mostrando que
não tivemos despesas e sim investimentos com retorno garantido”, disse Caio
Costa. Apesar dos esforços, ele ressaltou que o País pode fazer mais em termos
de recuperação de solo, pois o Brasil ainda desperdiça, anualmente, o
equivalente a 10 milhões de toneladas de alimentos, gerando prejuízo de
aproximadamente US$ 120 milhões/ano. Neste contexto, ele informou que uma das
metas do Plano ABC é recuperar 15 milhões de hectares até 2020 para reverter
esse quadro.
A abertura do
evento contou com a presença de várias autoridades. Participaram da cerimônia o
deputado federal Celso Maldaner (PMDB-SC), da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA), o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural
Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, o diretor executivo de Transferência de
Tecnologia da Embrapa, Valdir Stumpf, o pesquisador e ex-presidente da Embrapa,
Eliseu Alves, o ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação
Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, e o
deputado distrital Joe Valle (PSB-DF).
FONTE: CNA