O Plano ABC
está apoiado em seis pilares: melhoria do uso da terra, redução do desmatamento
da Amazônia, que evoluiu de 24% para 4% nos últimos três anos, recuperação de
pastagem, estimada em 15 milhões de hectares, plantio direto, reflorestamento,
reaproveitamento de dejetos de animais. “Os programas de recuperação de
pastagens e Integração Lavoura-Pecuária (ILP) respondem por 80% dos
financiamentos”, disse o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, nesta
terça-feira (14/5) em São
Paulo durante o lançamento do Observatório ABC – iniciativa
que visa o monitoramento da implementação do Plano ABC.
Para a
pecuária, a meta do Plano é induzir a recuperação de 15 milhões de hectares de
pastagens degradadas em todo o país até 2020, o que pode representar, no final
do período, uma redução de mais de 100 milhões de toneladas de CO2,
equivalente. Considerando que existem 281 mil propriedades no Brasil com
pastagens com taxa de lotação inferior a 0,6 animal por hectare – definidas,
portanto, como pasto degradado – para recuperar 15 milhões de hectares, seriam
necessários que somente neste segmento 78 mil pecuaristas aderissem o programa
até 2020, em comparação com o número de contratos atuais (de todos os
segmentos) de 2.800 contratos firmados em 3 anos.
Quanto aos
sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) eles são estratégias de produção
sustentável que promovem a fixação de carbono. A meta do Plano ABC é promover a
adoção da ILP em 4 milhões de hectares, o que corresponde a redução de emissões
de 18 milhões a 28 milhões de toneladas de CO2, enquanto para o sistema de
plantio direto na palha a meta é atingir 8 milhões de hectares, o que
resultaria em 14,64 milhões de toneladas de C02 que seriam retiradas da
atmosfera e retidas na matéria orgânica. “Em relação ao plantio direto, já
estamos muito próximos da meta, que é somar 33 milhões de hectares com plantio
direto, e já registramos 31 milhões de hectares em 2012” , diz Assad.
O compromisso
de reflorestamento com espécies de pinus e eucalipto no Brasil, nos próximos
anos é de 3 milhões de hectares, que deve contribuir para reduzir entre 8 e 10
milhões de toneladas de CO2. Já a meta de tratamento de dejetos animais é de
manejar 4,39 milhões de metros cúbicos até 2020, e redução de emissões de 6,9
milhões de toneladas de CO2 equivalente.
FONTE: Globo Rural – Luciana Franco