Eduardo Satil
Carlos Henrique
Cruz
Jailton Pereira
A
manifestação dos cafeicultores da região das Matas de Minas terminou na tarde
desta segunda-feira, 01/07, no Centro de Manhuaçu. O ato foi pacífico e manteve
as rodovias BR-262 e 116, no distrito de Realeza, fechadas durante seis horas.
Nova mobilização está marcada para a próxima semana com promessa de que a pista
não será reaberta até a presença de representantes do governo.
O
presidente da Associação de Agricultura Familiar do Leste de Minas Gerais,
Admar Soares, fala que os cafeicultores estão pagando para trabalhar. "Em
1994, uma saca de café nosso tinha o mesmo valor do salário mínimo, mas hoje é
comercializada a menos de R$ 260,00, porém os custos são maiores que este
valor. Os agricultores familiares estão enfrentando muitas dificuldades",
afirma.
Produtores
reclamaram que o preço está levando os cafeicultores a trabalhar no prejuízo numa
situação que comparam a escravidão para o mercado. O presidente do Sindicato
Rural de Manhuaçu, Lino da Costa e Silva, conta que os produtores estão
trabalhando muito para ter prejuízo, vendendo café a R$ 250,00, para pagar a
colheita.
Outra
reivindicação do setor é justamente a prorrogação dos prazos para pagamento do
Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Eles
querem isenção do pagamento pelos próximos dois anos.
Lideranças
do segmento político de cidades da região estiveram presentes no movimento.
Para o presidente da Câmara de Manhuaçu, Maurício Júnior, é importante
reivindicar uma remuneração mais justa para o cafeicultor. “O custo de produção
está inviabilizando o negócio com os preços que as sacas de café estão sendo
vendidas. O governo federal precisa reconhecer o valor da cafeicultura”,
argumenta.
A
manifestação em Realeza teve efeitos na rodovia com longas filas de veículos
parados durante o período de 9 às 15 horas. Na cidade de Manhuaçu, um grande
esquema policial foi montado para deixar as ruas do centro liberadas. O reflexo
foi sentido no comércio. Muitos lojistas ficaram temerosos e chegaram a fechar
as portas.
Quando
o grupo chegou a Manhuaçu numa carreata por volta de 16 horas. A mobilização já
estava menor. Não houve um registro de tumulto. O movimento foi encerrado com
novo ato em frente a praça central de Manhuaçu. Os dirigentes Lino da Costa e
Silva, Hélio Emerick, Admar Soares e Flávio Bahia deram declarações e
convocaram para outro ato na segunda-feira, dia 08. “Não iremos reabrir o trevo
enquanto não tivermos a presença de representantes do governo e uma proposta de
verdade para o setor”, avisaram.
FONTE:
Portal Caparaó