As
pragas são uma das principais causas do aumento de custos nas lavouras. No
campo, elas sempre preocuparam o produtor rural. Nos laboratórios e centros de
pesquisas, especialistas trabalham há décadas para identificar as espécies e
controlar sua incidência. No mercado, surgem a cada dia produtos e variedades
de plantas resistentes aos insetos. Nesta segunda, dia 1º, o Canal Rural
inaugura uma série de reportagens sobre a mais nova preocupação dos agricultores:
a lagarta helicoverpa, que ataca plantações de soja, algodão, milho e feijão.
Nos
laboratórios da Embrapa Soja, em Londrina, Paraná, a vida e o comportamento
destes insetos são analisados passo a passo, para melhor entender como a
lagarta vive e, desse modo, descobrir quais as melhores formas de combatê-la.
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A gente ataca por diferentes frentes. Tem estudos para se avaliar a
suscetibilidade dos produtos, para diferenciar quais são os inimigos naturais
mais eficientes, são vários os aspectos que são estudados para tentar contornar
o problema – explica Daniel Sosa-Gomez,
pesquisador da Embrapa que identificou uma nova espécie atacando as lavouras
brasileiras, a Helicoverpa armígera.
A
fase de lagarta no ciclo de vida da helicoverpa dura 20 dias. É durante esta
fase que elas atacam as folhas e, no caso da soja, as vagens. Depois elas viram
mariposas, fase na qual vivem mais 25 dias, durante os quais depositam os ovos
nas folhas das plantas e infestam as lavouras. Na soja, elas atacam desde a
germinação até a olheita.
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A helicoverpa, como outras espécies, tem alta capacidade de dispersão. Ela se
alimenta de diversas culturas, é comedora de algodão, milho, soja, feijão,
girassol. Tem capacidade para desenvolver resistência a inseticidas, é muito
agressiva e tem potencial reprodutivo grande, se multiplicando com muita
facilidade – diz Sosa-Gomez.
O
produtor rural Celestino Zanella, que planta soja, milho, feijão e algodão na
região oeste da Bahia, sabe bem o estrago que esta lagarta faz. Só com a
aplicação de defensivos ele gastou US$ 350 a mais por hectare na última. Além
disso, perdeu produtividade, que caiu de duas a seis sacas por hectare.
Na
Bahia, segundo a associação que representa os produtores de grãos, a lagarta
helicoverpa já causou prejuízo de R$ 1,7 bilhão ao setor. As contas serviram de
justificativa para o Ministério da Agricultura autorizar a importação de um
produto que até então só era usado somente em países como Japão, Estados Unidos
e Alemanha: o Benzoato de Emamectina, considerado o mais eficaz no combate à
lagarta.
Porém,
no fim de junho, o Ministério Público da Bahia proibiu o uso do inseticida,
acatando pareceres técnicos da Secretaria de Saúde e do Instituto do Meio
Ambiente baianos, que consideram riscos à saúde e ao meio ambiente. Com isso,
mais de 44 toneladas de pesticidas que continham o benzoato foram apreendidas e
o uso ainda está proibido. Daniel Sosa-Gomez,de Embrapa, diz que não há nenhum
produto para controle desta praga registrado no Brasil
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Como é uma espécie que foi recentemente introduzida aqui, não existe informação
suficiente gerada no país, nós temos as informações básicas, mas precisamos
depurá-las com experimentos feitos nos locais onde ocorreram problemas.
FONTE:
Canal Rural