Na
segunda manifestação em menos de uma semana em frente à sede da Assembleia
Legislativa (ALE-AM) pelo menos 500 pessoas do movimento “União dos Movimentos
Manaus” (UMM), pediram ao presidente Josué Neto (PSD) que comece investigação
por quebra de decoro parlamentar contra a administração do ex-presidente do
Poder Legislativo estadual deputado Ricardo Nicolau (PSD).
Nicolau,
o procurador-geral Vander Goes, o diretor-geral Wander Motta e mais quatro
servidores efetivos da ALE-AM foram denunciados pelo Ministério Público do
Estado (MPE-AM) ao Tribunal de Justiça (TJ-AM) pelos crimes de peculato e
contra a lei de licitações nas obras do edifício-garagem com suspeita de desvio
de R$ 4,9 milhões.
“É
inadmissível que a Assembleia fique calada em relação às denúncias do
Ministério Público. É dinheiro público. Dinheiro meu e seu que foram gastos de
forma comprovadamente irregular pelo ‘lalau’ do Amazonas”, disparou Ewerton
Fábio, servidor público e manifestante.
Pedidos
Na
“carta de reivindicações”, os integrantes do UMM listam 17 “problemáticas
sociopolíticas” das quais nove são diretamente ligadas aos deputados e cobram
do presidente da ALE-AM, Josué Neto, que providencie soluções. São elas:
redução dos salários e regalias dos deputados, como cotão e verba de gabinete;
reajuste do salário dos deputados ao salário mínimo; a demissão dos
funcionários comissionados e a contratação de bolsistas ligados à programas
sociais; redução do recesso parlamentar para 30 dias (hoje são 45 dias);
afastamento do cargo quando concorrer à reeleições; abertura de investigação
sobre denúncia do MPE de superfaturamento do edifício-garagem; fiscalização da
presença dos deputados em sessão; aumentar para cinco sessões plenárias e
instituir programa de metas aos deputados.
“Se
antes os deputados afirmavam que estavam fora das manifestações. Que os
assuntos eram federais e a Assembleia estava servindo apenas de exemplo. A
manifestação veio à porta da Assembleia com demandas específicas para os
deputados”, comentou Lohana Souza, coordenadora do UMM.
Em
protesto por não terem sido recebidos pelo presidente da ALE-AM pelo menos cem
manifestantes montaram acampamento em frente ao prédio da Assembleia e
afirmaram que não sairão até que sejam recebidos pelos deputados da mesa
diretora. “Ficaremos aqui até que o presidente nos receba ou outro deputado da
mesa diretora. O movimento é legítimo e estamos pacificamente exigindo que os
deputados nos escutem”, comentou Rodolfo Marinho, coordenador do UMM.
A
reportagem de A CRÍTICA ligou para o deputado Josué Neto, mas as ligações para
o número 91xx-2014 não foram atendidas. A diretoria de comunicação da ALE-AM,
confirmou que o presidente já está em Manaus. Josué estava em Parintins desde
quinta-feira para assistir o festival folclórico.
Agricultores pedem explicações
Exigindo
que os deputados da Assembleia Legislativa (ALE-AM) cobrem explicações do
secretário de Produção Rural (Sepror), Eron Bezerra, sobre os R$ 2,2 milhões
desviados em obras fantasmas na pasta, pelo menos 30 produtores rurais da
ZF-01, na BR-174, também fizeram manifestação nesta segunda-feira (01). Segundo
o produtor rural José Leite, há 12 anos trabalhando na ZF-01, a associação de
produtores tem documentos da Sepror que afirmam terem sido realizados serviços
de asfalto, terraplanagem, esgoto e paisagismo nos ramais que dão acesso à
comunidade.
“Isso
tudo nunca existiu. Cadê esse dinheiro? A secretaria nunca passou uma camada
fina de asfalto em canto nenhum”, rebateu o produtor.
A
mesma reclamação foi ouvida pela presidente da comunidade Novo Canaã, no KM-41
da BR-174. “A Sepror nunca nos ajudou. Hoje a comunidade está completamente
abandonada e quem está nos ajudando com cursos de piscicultura e hortaliças é a
Universidade Federal do Amazonas”, disse. Pelo menos 260 agricultores produzem
laranja, banana, cupuaçu, mamão além de tambaqui e matrinchã.
FONTE:
A Crítica