Os jovens estão,
cada vez mais, optando pelo trabalho no campo, devido a isso, buscam a formação
profissional na área do agronegócio. Pais e filhos trabalham dia após dia nas
lavouras, para garantir o sustento da família.
O produtor Hermes Isoton conta que em
1958 mudou-se para o Núcleo Rural Taquara, no Distrito Federal. Na época, seu
filho Juliano Isoton tinha dois anos. Hermes conta que o filho cresceu junto
com a propriedade que, hoje, possui 500 hectares de área plantada.
– Meu filho
resolveu estudar agronomia. Dei muita força para ele seguir na carreira – diz
Hermes.
A formação
acadêmica foi fundamental para que o jovem permanecesse no campo junto com o
pai.
– O filho é tudo o que cara tem, no
caso. Então, se você não investir nele, você vai investir em quem? Invista nele
e continue tocando o negócio com ele – disse Juliano.
– Valeu à pena. Hoje ele está aqui,
tocando a fazenda comigo – comemora Hermes.
Investir na formação dos filhos é uma
forma de garantir a sucessão das propriedades na família. Esse é um dos motivos
que justificam o crescimento expressivo na procura por cursos universitários
voltados para o setor. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), num período de 20 anos, entre 1991 e 2011, o número total
de matrículas nas áreas de produção agrícola e pecuária cresceu 231% em todo o
país. A cada ano surgem novos cursos para atender o mercado do agronegócio.
Cursos como Agroecologia,
Agropecuária, Manejo da Produção Agrícola e de Produção Animal e Tecnologia em
Agronegócio não existiam na década 90. Hoje, são 118 em todo o Brasil. Já as
tradicionais graduações em Agronomia, Agroindústria e Zootecnia atraem cada vez
mais estudantes.
– O perfil do
estudante vem mudando. Os alunos que estão ingressando nos cursos ligados ao
agro, a maior parte vêm do meio urbano, ou seja, nunca teve conhecimento com o
mundo rural. Isso faz com que o professor tenha um desafio ainda maior, que é
ensinar tudo para eles. Não é apenas a engenharia agrônoma, existem outros
cursos ligados ao agro que despertam atenção dos candidatos, como metereologia
e biologia – diz o coordenador do curso de Engenharia Agrônoma da USP, José
Otávio Menten.
– Nós avançamos
muito em número de cursos ofertados, a grande expansão que tivemos no ensino
superior brasileiro das instituições públicas e federais, institutos federais e
também no setor privado. E também a quantidade de alunos voltados para esses
cursos. Existe um interesse muito grande. Ou seja, vários jovens buscam os
cursos na área de ciências agrária, evidentemente, observando o potencial que o
país tem – destaca o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa.
FONTE:
Rural BR Agricultura