Aumento
na lucratividade, reconhecimento pela qualidade do grão e fortalecimento do
mercado interno são algumas das expectativas dos produtores de café certificado
do município de Patrocínio, no Triângulo Mineiro. Eles conquistaram em janeiro
o selo de denominação de origem do café do Cerrado, concedido pelo Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), e agora, têm a chance de agregar
mais valor ao produto.
– É muito importante mostrar que temos
esse selo, que mostra não só a qualidade do café, mas que trabalhamos socialmente
dentro das normas mundiais. Dá mais credibilidade para o consumidor final, que
vai tomar o café lá na Alemanha. É um café rastreado – explica Behrend. O selo
com a denominação de origem é utilizado nas embalagens de café verde e
industrializado e permite rastrear o lote do café desde a história do
cafeicultor, bem como os laudos atestando a qualidade da bebida e até o método
de produção.
Para saber se o café realmente possui o
selo de origem é só usar um aplicativo disponível no aparelho de celular para
fazer a leitura do código que está na embalagem do produto. O consumidor
descobre quem é o cafeicultor e até consegue localizar a propriedade dele.
De acordo com o superintendente da
Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, as estimativas em
relação ao café com selo de origem são positivas. Neste ano vão ser produzidas,
com o uso do selo, cerca de 150 mil sacas de café de 60 quilos.
– Isso tem um grande valor no mercado.
Esse é o nosso objetivo, fazer com que o produto daqui seja reconhecido e que o
consumidor tenha acesso, para que o produtor tenha melhor colocação no mercado
– diz Tarabal.
Para ser negociado com o selo de
denominação de origem, o produtor precisa seguir alguns passos, como explica a
coordenadora do selo de origem e qualidade da entidade, Adriana Timofiecsyk.
Uma das exigências é que o café seja proveniente de propriedades ligadas às
entidades filiadas à Federação dos Cafeicultores do Cerrado.
– Os produtores precisam cumprir as leis
ambientais e trabalhistas, a bebida deve apresentar pelo menos 80 pontos nas
regras estabelecidas pela Associação Americana de Café, que é reconhecida
mundialmente, as lavouras devem estar situadas em áreas de 800 metros , entre outros
pontos – explica Adriana, que é engenheira agrônoma.
FONTE: Canal Rural