O ex-ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Coordenador do Centro de Agronegócio
da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, palestrou em café da manhã
promovido pelo do LIDE Rio Grande do Sul – Grupo de Líderes Empresariais, no
dia 26 de setembro de 2014. Na presença de empresários e representantes de
entidades ligadas ao agronegócio, Rodrigues falou sobre as propostas dos três
principais candidatos à Presidência da República e as expectativas para o setor
nos próximos anos.
Segundo, que
também é presidente do Lide Agronegócio, nestas eleições existe uma
pró-atividade dos presidenciáveis em relação ao agronegócio. “Em 50 anos de
carreira, esta é a primeira vez que os principais candidatos procuram as
entidades da área em busca de ideias para seus programas de governo. Não há
otimismo para o setor, mas existe a esperança de que o próximo governo tenha
uma atitude estratégica. Todos os candidatos mostraram interesse em promover o
agronegócio como a principal locomotiva do País”, afirma.
Durante o
evento, Rodrigues disse que Aécio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva
receberam um documento, elaborado por cientistas, com propostas para o setor
baseadas em cinco premissas: sustentabilidade, competitividade, orientação ao
mercado, segurança jurídica e governança. Conforme ele, a ingerência do
Ministério da Agricultura é um dos principais entraves ao desenvolvimento do
setor. “Uma dúzia de ministério, autarquias e agências atuam de forma
desalinhada à agricultura. Não há uma estratégia conjunta e por isso a
governança é um dos pontos fundamentais desse material que desenvolvemos”,
esclarece.
O evento,
realizado no Sheraton Hotel, foi comandado pelo presidente do LIDE RS, Gustavo
Ene, que lamentou a falta de uma política comercial externa mais agressiva do
atual governo. “Parece que estamos de costas para o mundo, com uma estratégia
de relação apenas com países menores”, disse. Rodrigues complementou, afirmando
que a política comercial brasileira é despreparada. “Atualmente, 40% do
comércio mundial de alimentos se dá no âmbito de acordos bilaterais e o Brasil
não tem nenhum pacto com outros países. Precisamos agir, do contrário vamos
perder mercado”, disse.
A importância
de rever essa política também está relacionada à necessidade de crescimento da
oferta de alimentos, segundo o ex-ministro. “A Organização para a Cooperação
Econômica e Desenvolvimento (OCDE) afirma que até 2020, a produção de
alimentos precisa crescer 20%. Parece trivial, mas em 10 anos, a produção da
União Europeia tem potencial para aumentar 4%, Estados Unidos e Canadá, em
torno de 12%, e o Brasil, 40%. É um desafio que vem de fora para dentro. O
mundo nos olha com esperança e mais do que isso, precisando de nós. Agora, a
nossa expectativa é de que o governo olhe de frente para o agronegócio”
finalizou o especialista, que atualmente é embaixador especial da FAO para o
Cooperativismo.
O LIDE RS
congrega empresas com faturamento individual superior a R$ 100 milhões ou
líderes em seus segmentos. Criado em Porto Alegre há cinco anos, o LIDE RS, braço do
LIDE na região Sul do Brasil e o maior capítulo nacional fora de São Paulo,
conta com 65 integrantes. Em todo o Brasil, o LIDE, capitaneado por João Doria
Júnior, reúne entre seus membros 51% do PIB nacional. São mais de 1,6 mil
empresas filiadas ao Grupo, entre 10 estados brasileiros e 10 países no mundo.
FONTE: Grupo
Cultivar