GEOCICLO PLANEJA EXPANSÃO E QUER CHEGAR AO MERCADO DOS ESTADOS UNIDOS

Depois de consolidar sua primeira unidade de produção, em Uberlândia (MG), a Geociclo, fabricante de fertilizante organomineral criada pelo empresário Olavo Monteiro de Carvalho, prepara-se para expandir sua área de atuação. Há cerca de quatro meses, o também fundador e ex-presidente Ernani K. Judice deixou o comando executivo da empresa e se tornou presidente do conselho. De lá, vai buscar oportunidades de expansão nos Estados Unidos.
De acordo com Judice, a aposta da Geociclo no mercado americano vai além da brasileira, focada na agricultura. Naquele país, há boas perspectivas também no amplo segmento de jardinagem, inclusive residencial. "Nossa estratégia é levar os clientes para conhecer a fábrica. Ninguém imagina que exista uma fábrica de fertilizante organomineral do tamanho da nossa".
A Geociclo, que se autodenomina uma "empresa nacional de biotecnologia", mantém especial atenção em pesquisa e desenvolvimento, área que marcou a sua criação e que garantiu a maior parte dos recursos para sua expansão, por meio de linhas de apoio à inovação da Finep e do BNDES. Nos últimos meses, porém, o foco esteve mais concentrado na ampliação da equipe comercial.
A Geociclo abriu novas representações para atender os mercados baiano, paulista e goiano. Em Minas Gerais, onde a empresa tem concentrado sua atuação, a equipe também foi reforçada.
"O setor de fertilizantes tem uma logística muito complicada. Mas queremos expandir nossa atuação para outras culturas, além da cana", diz Judice. Ele lembra que, hoje, as usinas sucroalcooleiras são as principais fornecedoras de insumo para a Geociclo e as maiores consumidoras do produto fabricado pela empresa, que mistura matéria orgânica com um composto de NPK (nitrogênio, fosfato e potássio), conforme especificações determinadas pela qualidade do solo, pelo clima da região e pela cultura, entre outros fatores.
"O resíduo da cana é interessante porque é gerado em grande quantidade e com qualidade homogênea, mas a tecnologia permite usar outros insumos. A escolha depende da logística", diz Judice, que lembra que a tecnologia que encapsula o NPK no composto orgânico permite a liberação gradativa no solo e seu melhor aproveitamento. "A produtividade aumenta em mais de 20%", completa.
A Geociclo acaba de concluir a expansão de sua primeira planta e planeja atingir a capacidade total de produção de 140 mil toneladas ao ano no fim do primeiro semestre de 2015. Antes da ampliação, essa capacidade era de 40 mil toneladas anuais. "A unidade está em fase de 'ramp up' [aumento gradativo de produção]. Em 2015, ainda não estaremos produzindo as 140 mil toneladas, mas já no segundo semestre começaremos a fabricar o equivalente mensal da capacidade instalada total", afirma Judice.
Monteiro de Carvalho confirma os planos para outras unidades, mas avalia que ficarão para 2016, depois que a expansão - que consumiu R$ 35 milhões em investimentos - estiver consolidada. "Faz todo o sentido ter unidades em outros Estados. Em 2015, vamos começar a projetar a segunda unidade", diz o empresário, que teve a ideia do produto que deu origem a Geociclo como forma de aproveitar o lodo rejeitado no processo de produção de uma empresa de tratamento de água que criou e depois vendeu para a Odebrecht. "Fomos a primeira empresa a fabricar um fertilizante organomineral em larga escala", diz Monteiro de Carvalho.



FONTE: Valor Econômico
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