O ministério
reconheceu problemas na fiscalização da qualidade de sementes de soja no país,
de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato
Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk. A entidade pediu ao ministério, no dia
14 de novembro, que seja feita uma inspeção emergencial e, agora, espera uma
reunião com o governo para debater o assunto.
– Nós
informamos, por meios de ofício, os problemas que nós identificamos no campo em Mato Grosso , da
deficiência na qualidade das sementes que foram comercializadas no Estado em
2014. O Mapa respondeu falando que houve uma fiscalização nos meses de agosto e
setembro, porém uma fiscalização, até de certo ponto, superficial, em virtude
da falta de estrutura do próprio ministério. Faltam fiscais para dar conta da
demanda que existe em todos os insumos. O Mapa sinalizou que está disposto a
marcar uma reunião para que a gente possa discutir mais a fundo o problema e
que se possa, em conjunto, determinar as medidas que para 2015, que poderão
contribuir para efetivamente um maior rigor na qualidade desses insumos – diz
Tomczyk.
Um
levantamento feito pela Aprosoja apontou que 26% das sementes coletadas durante
o circuito tecnológico no ano passado apresentaram problemas de qualidade. O
potencial de germinação ficou abaixo do tolerado, que é 85%. De acordo com
o coordenador de sementes e multas do Mapa, André Peralta, são feitas cerca de
18 mil fiscalizações por ano, que envolvem, não só produtores de sementes
comuns, mas também transgênicas, além de laboratórios e armazéns.
– Basicamente
as análises de qualidade são feitas em laboratórios de análises de sementes e
envolvem pureza, germinação ou viabilidade, plantas daninhas e mistura de
cultivares. Não tem como ser rotina fiscalizar e quantificar, muito menos a
manifestação de eventos transgênicos na semente.
Grande parte
das sementes com problemas em
Mato Grosso vem, além do próprio Estado, de Goiás e da Bahia.
De acordo com o presidente da Aprosoja/Goiás, Bartolomeu Braz, que também é
produtor de sementes, as chuvas são um dos fatores que agravam a situação.
– Quando se colhe uma semente com
uma umidade muito alta, acima de 15°C ,
19°C até 20°C , ela tem um processo de
secagem mais lenta e isso danifica, muitas vezes, tira um pouco do vigor da
semente e acontece, muitas das vezes, a perda dessa semente até chegar a
próxima safra – diz.
FONTE: Canal
Rural