O aumento das
áreas de produção de soja para novas regiões do estado e a manutenção dos
investimentos em mecanização e adoção de novas tecnologias da lavoura já terão
reflexos na atual safra, cuja colheita foi iniciada no dia primeiro de janeiro
e deverá se estender até meados de abril.
O mais recente
levantamento feito no estado aponta 20% de aumento no volume produzido e na
área plantada. Com isso, a safra 2015 deverá fechar em mais de 733 mil
toneladas, em lavoura de 229 mil hectares. A produtividade deverá ficar próxima
de 3.200 quilos por hectare. Os dados são da pesquisa do IBGE em conjunto com a
Companhia Nacional de Abastecimento, Secretaria Estadual de Agricultura e
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia.
Na safra 2014,
Rondônia havia produzido 613 mil toneladas em 191 mil hectares. Em 2013, foram
566 mil toneladas em 177 mil hectares. Em dez anos, a lavoura de soja manteve
crescimento contínuo: em 2005, o estado cultivou 75 mil hectares. Na década
anterior, a área de cultivo praticamente triplicou. Já a produção do estado
saltou de 75 mil toneladas para 733 mil toneladas, ou seja, quase dez vezes
mais.
Novas fronteiras
O município de
Vilhena, a 750
quilômetros da Capital, continua a ocupar a primeira
posição do estado, com 43 mil hectares cultivados e uma produção acima de 134
mil toneladas. No entanto, estima-se que essa posição venha ser ocupada nos
próximos anos por outros municípios com grandes áreas para serem abertas ao
cultivo da soja.
Apesar da
forte concentração da produção no Cone Sul, em Corumbiara, Pimenteiras do
Oeste, Cujubim, Cabixi, Cerejeiras e Colorado do Oeste, a soja começa a ocupar
novas fronteiras, a exemplo de Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé,
Seringueiras, região de Ariquemes e também no município de Porto Velho, em
localidades como Jaci-Paraná e União Bandeirantes.
O crescimento
da produção de soja passa pelo acesso a novas tecnologias. Um dos pioneiros da
soja em Rondônia é o produtor rural Nadir Comiran, de Vilhena. Ele chegou à
região sul do estado em 1998, para ajudar a abrir a nova fronteira agrícola na
Amazônia Ocidental Brasileira.
“Plantar soja
vale a pena”, diz Comiran. Ele começou a produzir em Campos de Júlio (MT), em
1994. “Rondônia tem solos férteis, bom clima e terras ainda relativamente
baratas”, explica. Comiran cultiva cerca de dois mil hectares de soja em sua
propriedade. Mecanização é a palavra-chave para o sucesso na colheita, ele
assegura. A mais nova atração de suas terras é uma colheitadeira capaz de
fertilizar a terra de acordo com a produtividade alcançada. A máquina custou R$
1,2 milhão, que serão pagos a juros de 4,5% ao ano, em cinco anos. “Investir em
maquinário agrícola é fundamental para a sobrevivência do produtor”, diz
Comiran.
Cotação
Com toda
tecnologia disponível em campo, o agricultor acredita que irá colher nesta
safra até 56 sacas de soja por hectare. A saca de 60 quilos do produto estava
cotada a R$ 45 na última semana de janeiro. O valor é cotado em dólar pela
Bolsa de Chicago (EUA).
O produtor
acompanha a cotação das commodities em tempo real pelo computador da fazenda.
Para garantir a comercialização de sua soja com melhores preços, Comiran já
projeta seu próximo investimento: um conjunto de silos e secadores de grãos,
com capacidade para armazenar 200 mil sacas de grãos.
Ele reafirma
que somente com tecnologia é possível crescer na atividade. “Os custos subiram
muito nos últimos anos”, explica. Valores pagos pelo combustível, por
fertilizantes e herbicidas tiveram aumentos de até 400% em dez anos. “Para
crescer, é preciso investir em boas sementes, máquinas modernas e em armazenamento”,
resume.
FONTE: O Correio News