Nos últimos
meses, foram identificadas duas novas pragas e uma planta espontânea que está
causando danos econômicos em cultivares de soja, milho e algodão. O maior
potencial de perdas está nas lavouras de milho no Mato Grosso, que podem chegar
a 90% da área plantada. Em evento realizado no dia 10 de setembro de 2015, pela
Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), pesquisadores do setor
divulgaram resultados obtidos nos levantamentos mais recentes.
Entre os estados
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina o coordenador do laboratório de manejo de
pragas da Universidade Federal de Santa Maria, Jerson Carús Guedes, detectou a
presença da Melanagromyza sp., também
conhecida como Mosca-da-haste da soja. Trata-se de uma praga importante na
Austrália, também disseminada na Ásia e que gera perdas de até 30% na produção
de grãos.
"Talvez ela
esteja presente no Paraguai e na Argentina", afirma o especialista sobre
as possíveis portas de entrada do problema. Para ele, a praga possui estreita
relação com o cultivo de soja na safrinha, durante o outono. Uma alternativa
imediata para contenção é o tratamento de sementes.
Nos arredores do
oeste da Bahia - área pertencente à região produtiva Matopiba - surge a
suspeita de ataques da lagarta Helicoverpa
punctigera, que já foi identificada no estado do Ceará. Essa lagarta é tão
agressiva quanto a Helicoverpa armigera.
Estimativas da representante da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB),
Suely Xavier de Brito Silva, apontam para uma perda potencial de até 16 sacas
por hectare de soja, 54 sacas na cultura do milho e até 76 sacas no algodão.
A Amaranthus palmeri (Conhecida
popularmente como Caruru-de-Porco), é uma planta espontêna considerada de
grande importância na cultura do algodão e soja nos Estados Unidos. No Brasil,
foi identificada pela primeira vez no Mato Grosso. A falta de controle pode levar
a prejuízos de até 91% na cultura do milho, 79% na soja e 77% no algodão,
segundo bibliografia norte-americana.
FONTE:
Diário
do Comércio & Indústria, com adaptações de Brasil Agrícola